segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Uma manifestação diária, que acontece nas ruas PDF 575 O carnaval dos abusos pelas ruas e calçadas PDF 576


Uma manifestação diária,
que acontece nas ruas

 PDF 575



O carnaval dos abusos pelas ruas e calçadas

 PDF 576




Empresários e representantes do governo, se reúnem regularmente para traçar planos de transportes e aumentos de tarifas. A dominação da malha viária urbana. E os empresários como categorias detentoras de capitais financeiros, controladores de monopólios e oligopólios, dominando territórios, estão sempre com tabelas e planilhas mostrando as suas perdas de lucros. Justificadas por seus custos, de mão de obra, manutenção da frota e combustíveis.
E o governo municipal, oferecendo e distribuindo as explorações de linhas, não tem como aferir e julgar planilhas apresentadas. Não cria estratégias de aferimentos dos custos, de passageiros por quilômetros, percorridos e transportados. Ainda que delegue suas competências de mobilidade urbana territorial aos empresários. E torna-se refém de lobbys e empresários. Precisa recorrer do dinheiro do povo, que usa o transporte diariamente.
E quando acontece um aumento da tarifa nos transportes coletivos, manifestantes ocupam as ruas para um protesto. Um movimento contra um aumento da tarifa, e um movimento principalmente, pela melhoria do sistema de transporte público. O argumento do levante é o aumento. O povo na sua vida diária, não é uma categoria unida. O atropelo e o desespero do dia a dia, com horário desregrados não permitem uma parada ou uma aglomeração, para uma manifestação, cada um tem um horário e um trabalho a cumprir. O povo é controlado por rédeas, para seguir em uma direção.
Mas com o aumento da tarifa, centavos se somam ao dia a dia. De pequenas moedas no dia a dia, formam grandes cédulas mensais. Então a reivindicação de um sistema que atenda a necessidade do povo usuário, o denominado cidadão. E facilite o transporte nas cidades, o espaço geográfico do cidadão. Os raros usuários, são os que normalmente com seus carros, criticam, a partir do que avistam por trás de um vidro ou de um para brisas. Mas em algum momento, aqueles usuários motorizados, por algum momento, sem poder usar seus automóveis, serão beneficiados, pelos que colocaram a cara nas ruas, seus corpos a disposição de cassetetes, e seus olhos expostos a gás de pimenta. Alguns podem até fazer um passeio de camburão, defendendo o bolso alheio.
Os motorizados, parecem ter nascido com quatro rodas. Primeiro se tornam uns desesperados por estarem por algumas horas ou alguns dias sem os seus carros. Depois descobrem que existem os transportes coletivos, para aqueles que nasceram sem rodas. Nos passeios noturnos e nos finais de semana, utilizam seus carros como justificativa de prioridades, comodidades e segurança. Utilizam automóveis particulares como argumento da tranquilidade em voltarem para casa. Mas não são capazes de largarem seus carros, e reivindicarem um transporte coletivo eficiente de madrugada. Preferem o lado cômodo de serem críticos e motorizados. As cidades já não tem tantas ruas para a quantidade de carros.
Com as manifestações contra os aumentos. Um movimento que acontece, não apenas pela reivindicação do transporte. Há uma filosofia e uma ideologia embutida. Um movimento por melhores condições de vida. Não há necessidade de provar por A+B, o quanto um transporte coletivo diminui a quantidade de veículos, trafegando nas ruas. Reduzindo congestionamentos, com economia de tempo, e a poluição do ambiente, E os denominados manifestantes, caminhando a pé reivindicam por melhores veículos, com conforto e eficiência, um respeito a um horário, que respeite uma planilha de horários, com pontualidade e eficiência. Abrigos protegidos do sol e da chuva, se possível do vento que influencia a direção da chuva.  
E os nobres e cultos motoristas, com ares de abonados, sempre prontos para uma crítica contra aqueles que interferem no seu conforto. Com seus automóveis posam na condição de um vencedor, do individual sobre o grupo coletivo. Já outros de frente a uma televisão, estabelecem uma sentença e uma pena, como se fossem deuses ou juízes. O carnaval dos carros alegóricos, de resultados tecnológicos das culturas importadas, com luzes coloridas, segue um bloco desfilando diariamente pelas ruas e avenidas, sistematicamente. Seguem na cadencia dos semáforos, com alguns escorregando do samba e das avenidas, em canteiros e calçadas, seguindo na contramão da educação. Com seus carros e outros aparelhos dotados de GPS, podem ser facilmente localizados por aqueles que dominam e controlam o sistema. Com ares de vencedor não percebem que são controlados, usados contra um povo. O automóvel é a sua armadura, em um exército que ocupa as ruas. Jogam e espalham lixo pelas ruas com seus movimentos velozes, colocando a culpa no menos protegidos, menos educados, e menos aculturados. Esquecem dos seus resíduos deixados e acumulados em Mariana/MG e Jacareí/SP. E o rio que era doce se acabou.
Acessibilidades para os idosos e deficientes. Passe livre para estudantes, a caminho das escolas em busca de conhecimento. A vida é um movimento constante. Foi caminhando que o homem primitivo adquiriu conhecimento. Usou animais e inventou veículos para fazer viagens, chegando mais longe, adquirindo novos conhecimentos. O homem primitivo caminhou sem rodas, e sem tapa ouvidos. A paisagem e a natureza eram o seu conhecimento, continuando e aprendendo. O automóvel não foi inventado, para construir e permanecer parados, ou em engarrafamentos. Um automóvel, proporciona um movimento, e não justifica ficar estacionado impedindo outros movimentos. As ruas e estradas, desde o princípio, quando eram picadas ou caminhos, eram o espaço de todos. Uma trilha para chegar ou partir.
O sistema público de transportes, é operado por empresas particulares e concessionárias, a partir de uma licitação. A empresas de transportes coletivos cumprem um papel do Estado. Facilitando o deslocamento daqueles que produzem mercadorias, serviços e divisas. O Estado e a Prefeitura, à medida que as cidades crescem devem facilitar os deslocamentos, entre o centro e a periferia. Sem contanto auferir lucros, devem criar alternativas com o planejamento, do aumento da sociedade que necessita de transportes para o seu deslocamento. O transporte coletivo é um serviço de utilidade pública.
E os sistemas de implantação de melhoria de qualidade, não têm servido para nada. Uma ideia importada, para controlar um povo. A gestão da qualidade vem perdendo espaço, para a gestão do lucro. O oligopólio e o monopólio das empresas de transporte coletivo, não permitem uma outra escolha da população. Não há alternativas de escolher outros itinerários e outras empresas. Em contrapartida e na contramão, as prefeituras parecem não trabalhar pelo povo, já que os prefeitos são eleitos pelo povo. Enquanto nas Câmaras e Assembleias formam-se os Lobbys. Homens de terno e gravata, lembram o velho Barata no domínio da Zona Oeste carioca. Os grandes empresários dos transportes coletivos. São autorizados a explorar linhas, sem explorar os passageiros. Praticam por concessão, uma obrigatoriedade do estado.
Enquanto o usuário é notificado e educado a facilitar o troco, os órgãos competentes não facilitam o desgaste e o sacrifício diário do usuário. Prometem mundos e fundos, com festas para o futuro, em um momento indeterminado e indefinido, sem, contudo, melhorar o presente. Enquanto administradores públicos, prometem um futuro melhor, cortam a cidade em seus carros blindados, com ar condicionado e vidro fechado, com película no vidro. A trave nos olhos, para não ver um município mal administrado. Trabalham em lugares fechados, construindo regras e normas que facilitem seu dia a dia; debatem e lançam perdigotos, em seus colegas, com cafezinho e agua gelada. Em seus carros enxergam a cidade por um vidro. Em seus gabinetes sem janelas, enxergam o município por textos e imagens em telas. Viajam para outras cidades para agendar um carnaval. Convidam os artistas que convidariam para frequentar a sua casa. A arrecadação municipal, garante transporte, estadias e translado, pelas partes belas da cidade.
E diariamente com os passageiros sentados e calados, em pé e suados, acalorados e apertados; atrasados e apressados, com o dia sofrido e calculado. Estes apreciam diariamente pelas janelas, uma manifestação do lado de fora. A manifestação daqueles que possuem automóveis. Os que julgam serem donos das calçadas e das ruas. Aqueles que diariamente retiram seus carros de casas ou apartamentos, isolados em condomínios, com garagens e estacionamentos, para ocuparem um espaço na rua. Tiram seus carros de locais protegidos e abrigados do tempo, para expô-los nas ruas. Criam congestionamentos, isolando-se do mundo. Estacionam em fila ao longo do meio fio, da calçada e da pista, impedindo um pedestre, de atravessar uma rua. Agridem, intimidam e ameaçam, as vidas e a integridade, daqueles que com o uso dos pés e das pernas, ou com o uso de uma cadeira de rodas, procuram exercer seu direito de ir e vir.
Em um contrato de trabalho não constam clausulas, que obriguem o contratado, a chegar no trabalho motorizado. E na CTPS, não consta alguma anotação como adendo as obrigações do empregado, que este deva usar veículo próprio para não chegar atrasado. Cabe a cidade promover um bom deslocamento, arrecadando impostos. Pelas janelas dos coletivos são avistados veículos: de quatro, cinco, ou mais lugares, e circulam pelas ruas, apenas com um elemento sentado, na condição de motorista e passageiro. Veículos que ocupam vários metros quadrados sobres as ruas, calçadas e pistas.
O automóvel é uma grande jogada internacional. Promovem uma venda casada, com veiculo, manutenção e combustível, todos controlados por empresas multinacionais. Recebemos sistematicamente novas tecnologias, que já foram usadas e exploradas no exterior. Como não há mais espaço nas ruas os pátios das montadoras est]ao sempre lotados, criando sempre uma nova promoção para clientes iludidos, na busca do automóvel como símbolo. 
A atual indústria aeronáutica é a prova, para um futuro. Vem montando aviões de outros países, já que ainda não justificam maiores investimentos, com incentivos e isenções de impostos para se instalar em terras brasileiras. Até o dia que possam incutir na cabeça de possuidores de capital, o quanto é bom possuir um jatinho.
Quem compra um veículo, adquire um problema. Um problema que não pode ser deixado na porta ou na calçada do outro. Quem usa um carro deve prever a necessidade de um estacionamento, no local de destino. A calçada é do pedestre, e para o pedestre, com uso exclusivo do pedestre. A calçada é o livre espaço para todos, com a prioridade e necessidade do pedestre. E com a responsabilidade do imóvel à frente. Cada imóvel tem uma responsabilidade sobre a calçada, o limite ente o imóvel e a rua. Cabe ao proprietário a manutenção e conservação da calçada, também denominada de passeio público.
A cultura surge e acontece nas ruas. E temos visto nas ruas uma cultura produzida pela tecnologia, com resíduos estocados em Mariana,que seguiram em direção ao mar. Com ar condicionado e rádio ligado; com película no vidro fechado e GPS, isolam-se do mundo, sem se importar com o que acontece do lado de fora. Seu mundo como um ovo, idolatrando a própria microcefalia. Seguem em seus carros dizendo serem vítimas do sistema, com deficiência de transportes e violência.
E a cultura nativa, aquela construída com a história e os costumes formados preservados, em um local, pode ser um instrumento de reduzir a violência. Mas há uma necessidade que o poder público, a começar pela prefeitura, que franquie o uso dos espaços públicos aos que estão dispostos a andarem por ruas e calçadas, promovendo e preservando a cultura, com música, teatro e poesia. O povo e a cultura precisam se encontrar e ocupar as praças e as calçadas.
A defesa do uso da literatura, a começar com o uso e da leitura dos estatutos, da criança, do adolescente, ou do idoso. E o estatuto ou as leis que preservam e priorizam os deficientes. E ainda temos uma outra literatura, as normas e regras de transito supostamente aprendidas, estudadas e decoradas, para fazer uma prova. E depois esquecidas pelos motoristas que possuem um automóvel e uma CNH.

Textos disponíveis em:
Uma manifestação diária, que acontece nas ruas
PDF 575
http://chig2.blogspot.com.br/2016/02/uma-manifestacao-diaria-que-acontece.html


Textos originais
Textos sobre mobilidade urbana
Manifestação silenciosa
 A manifestação diária, que acontece nas ruas
PDF 574
Publicado em Substantivo Plural
Em 02/02/16
Roberto Cardoso “Maracajá”
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